sexta-feira, 22 de agosto de 2008

PRÓSTATA: O que é? Diagnóstico e tratamento.

A próstata é a glândula do aparelho reprodutor masculino, localiza-se abaixo da bexiga e envolve a uretra na sua parte inicial. Situa-se à frente do recto pelo que é palpável pelo toque rectal. No homem adulto, a próstata tem o tamanho aproximado de uma ameixa, pesando cerca de 20 g. Esta glândula produz um líquido que se junta à secreção da vesícula seminal e aos espermatozóides produzidos nos testículos. No seu interior ocorre a transformação da principal hormona masculina – a testosterona – em dihidrotestosterona que, por sua vez, é responsável pelo controlo do crescimento da glândula. A glândula prostática encontra-se dividida em 2 zonas: central e periférica.
A próstata cresce pouco até à puberdade, quando passa a sofrer influências importantes de hormonas masculinas, alcançando cerca de 20 g por volta dos 20 anos de idade. Estima-se que, a partir dos 31 anos, passa a crescer 0,4 g por ano.



O cancro da próstata é um tumor maligno ou seja, as suas células podem, em determinada altura, disseminar-se através dos vasos sanguíneos ou linfáticos para outros locais do organismo. Esta disseminação acontece preferencialmente para os gânglios linfáticos, ossos e pulmões. O desenvolvimento do cancro da próstata é normalmente lento e raramente acontece antes dos 50 anos. Nas idades mais avançadas, este tipo de cancro é frequente embora nem sempre origine complicações. Os sintomas, quando surgem, são geralmente manifestações de doença avançada, já localizada noutros órgãos. Antes do aparecimento da determinação do PSA – análise ao sangue para doseamento sérico do antigénio específico da próstata – raramente se conseguia detectar o carcinoma da próstata numa fase precoce, ou seja, de doença localizada da próstata. Isso só acontecia quando, no decorrer de uma visita ao urologista, um toque rectal detectava um pequeno nódulo prostático. Assim sendo, o diagnóstico do cancro da próstata era habitualmente tardio e nessa fase os tratamentos, embora melhorem a situação, não deixam de ser paliativos. Apesar de poderem haver suspeitas, a partir de determinados valores de PSA, o diagnóstico de cancro da próstata efectua-se exclusivamente por biópsia. Actualmente, não havendo ainda prevenção para este tipo de cancro, recomenda-se que a partir dos 50 anos todos os homens se preocupem em saber se o seu PSA é normal. Isto principalmente se há história famíliar de cancro prostático. A detecção precoce possibilita uma terapêutica curativa. No entanto, em idades mais avançadas, e dado o crescimento normalmente lento do cancro da próstata, outros factores terão que ser ponderados, uma vez que existem outras alternativas terapêuticas que devem ser discutidas com o médico urologista.O prognóstico é variável e depende da extensão do tumor. Cerca de 10 por cento dos doentes morrem seis meses depois do diagnóstico, no entanto 10% sobrevivem cerca de 10 anos ou mais. O cancro da próstata no Mundo Actualmente o cancro da próstata é a quarta causa de morte por cancro nos homens nos países desenvolvidos, sendo apenas ultrapassado pelo cancro de pulmão, colorectal e estômago. Em 2000 estimavam-se cerca de 193 mil novos casos de cancro da próstata e 35.800 mortes nos EUA. No mesmo período, o Reino Unido registou o diagnóstico de 21.300 casos de cancro da próstata, tornando-se o segundo mais comum entre os homens naquele país. Em Portugal, e de acordo com o rastreio anual efectuado pelo Serviço de Urologia do Hospital do Desterro, deverão existir mais de 110 mil portugueses com cancro da próstata ou seja, 2,2 por cento da população masculina. Trata-se do segundo cancro em prevalência e em mortalidade nos homens, logo após o cancro do pulmão.

Factores de risco
As causas do cancro da próstata continuam desconhecidas. No entanto, os factores de risco incluem:
Idade - o único grande risco – a idade média de diagnóstico é de 70 anos.
Raça - algumas evidências sugerem que o risco de cancro da próstata varia de acordo com a origem racial.
História familiar - homens com uma história familiar de cancro da próstata têm risco acrescido. Outros riscos potenciais incluem o consumo de álcool, défices de vitaminas ou minerais e outros hábitos alimentares.

Métodos de detecção
Existem três métodos frequentemente utilizados:
Exame rectal digital - trata-se de um método pouco dispendioso e relativamente não invasivo.
Ultrassonografia Transrectal
Antigénio Específico da Próstata (PSA) - elevados níveis de PSA sérico podem levantar a suspeita de cancro da próstata. As vantagens deste exame estão na sua simplicidade, objectividade, reprodutibilidade e menor custo que a ecografia. O tratamento O tumor inicia-se na maioria dos casos na zona periférica, e cresce invadindo a restante glândula. Pode permanecer confinado à glândula, mas também pode invadir as regiões vizinhas ou, em casos avançados, disseminar para regiões mais distantes tanto por via hemática como por via linfática. São as conhecidas “metástases”.

São utilizados correntemente três tipos de tratamento, dependendo do estadio do tumor:
Watchful waiting - monitorização da doença e aplicação do tratamento apenas se esta demonstrar sinais de progressão.
Cirurgia - normalmente reservada para doentes com bom estado geral e tumores localizados à glândula prostática.
Radioterapia - aplicada externamente ou através implantação cirúrgica de pequenas esferas radioactivas na próstata.
Terapia hormonal - a maioria dos cancros da próstata são hormono-dependentes, sendo o seu crescimento dependente de androgénios (hormonas masculinas, sendo a mais importante a testosterona). Privando o tumor de testosterona, que é produzida príncipalmente pelos testículos, o seu tamanho tende a diminuir. A terapia hormonal pode beneficiar os homens em todos os estadios do cancro.
Fonte: Associação Portuguesa de Urologia

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